sábado, 6 de dezembro de 2008

Mallu Magalhães escolheu o Hermano errado


Acho que a Mallu Magalhães errou de Hermano... Calma! Este não é um post sobre a qualidade musical de Mallu Magalhães, ou mesmo para falar sobre seu namoro com Marcelo Camelo. Esta postagem é para falar do Little Joy, projeto solo de Rodrigo Amarante, junto com o brasileiro Fabrizio Moretti, baterista do Strokes e a americana Binki Shapiro.

Bom, agora você me pergunta: “Tah, mas que cargas d’água tem a Mallu Magalhães a ver com o Little Joy”. Então eu explico. A sonoridade do Little Joy é, o que eu definiria, como um Folk praiano, que em muito lembra as músicas de Mallu. São músicas calmas, bonitinhas e leves... Lá no fundo também trazem uma referência a Bossa Nova. Desta forma, teria sido bem mais construtivo se ao invés de manter uma ‘parceria’ com Camelo, que Mallu se juntasse ao Amarante.

Bobagens à parte, não me atraiu muito o som do Little Joy. Considero esse disco como legitimo ‘disco de férias’. É quando o artista está de saco cheio de ficar enfurnado em estúdios e então pára e se reúne com alguns amigos em uma casa para compor ‘a la vonté’. Não pense que é um disco mal feito, pelo contrário. Acredito que não gostei bem mais por gosto pessoal. Mas também é inegável que a repercussão causada pelo trio se deve bem mais a sua fama, do que a qualidade do som.

Veja o clipe do primeiro single do trio: Next Time Around

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Texto do OpiniãOposta! na pangea da língua portuguesa


Através de um comentário do seu criador aqui no OOP, descobri o site ‘O Patifúndio’. A revista virtual tem como objetivo “trazer à tona os personagens e as histórias que constroem a realidade deste mundo lusófono. Foi criada também para ser uma tribuna alternativa, cujo primeiro atributo para adentrar não é ser jornalista, e sim, saber contar e valorizar uma boa história da vida real.”

Assim, o site dá oportunidade para qualquer pessoa, que viva em um país que fale a nossa língua, possa publicar seu texto.

Então, como quem não quer nada, mandei um texto aqui do OOP, que foi publicado! Foi a ‘Crônica de um desempregado’, postada no dia 14 de março deste ano.

Agradeço a Michell Niero, idealizador do site, que publicou o texto. Quero também parabenizá-lo pela iniciativa. Recomendo a todos que curtem uma boa literatura verdadeira e cotidiana: acessem ‘O Patifúndio’

Leia o texto publicado no site clicando aqui

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Em busca do 'balaião' perdido!

Com o amplo acesso aos downloads a diminuição na compra de cd’s originais foi brutal. Isso todo mundo sabe. Entretanto, tem ocorrido nos últimos dois anos uma tendência muito interessante: estão indo cada vez mais cd’s novos para o ‘balaio das baratesas’. Isso é muito bom para colecionadores sem dinheiro como eu. Quando tenho tempo e dinheiro, vou a lojas do ramo e cavo as pilhas de cd’s ruins em busca de alguma raridade interessante. Este post será para isso: apresentar alguns cd’s bons e baratos que encontrei nos balaios. Selecionei 3, que considero os melhores.

1) Martin Scorsese Present “The Blues”: Eric Clapton
O cd é de 2003 e integra uma série de documentários idealizada por Martin Scorsese. Destes documentários saíram 5 cd’s com suas trilhas e mais 12 cd’s com coletâneas individuais de alguns artistas. E foi uma dessas coletâneas que encontrei no balaião do BIG. É uma compilação muito boa da carreira de Eric Clapton. Traz os seus rocks mais pesados (época que integrava o Cream) como ‘Spoolfull’ e suas músicas mais blues. A distribuição deste cd no Brasil foi pequena. Então ao encontrá-lo no balaião do BIG, por R$17... não tive dúvida... comprei, apesar de não achar 17 um preço tão barato assim.




2) Riding with the king: B.B. King & Eric Clapton
Considero um dos maiores clássico de todos os do blues. O encontro de um bluseiro da velha guarda, com um dos responsáveis pela fusão do blues com o rock na Inglaterra. Dois grandes guitarristas em um álbum cheio de sentimento e bom humor. Esse eu encontrei em balaião de um shopping de Porto Alegre pela bagatela de R$ 14.



3) Audioslave – Audioslave (2002)
Para mim, está entre os melhores discos de rock dos últimos 10 anos. É o cd de partida de uma possível superbanda que acabou não se afirmando. O Audioslave surge da união do clássico Rage Agains the Machine com o ex-vocalista do Soundgarden, Chris Cornell. Com um instrumental consistente e um vocal matador, o primeiro cd da banda apresenta muitas músicas boas como “Cochise”, “Gasoline”, “Show me how to live” e etc. Foi desencavado de um balaio em Tramandaí. Pena que o Audioslave não manteve-ve o nível nos outros dois cd’s. A banda acabou em 2007, com saída do ‘estrela’ Chris Cornell.


Esses são apenas três, mas já encontrei cd bons e baratos de: Jet, Red Hot, Offspring, B.B. King, Miles Davis, Tony Bennett e Nirvana. Não tenha preguiça... eu sei que dá um desânimo quando se vê aquela pilha de cd’s do Mano Lima e Samba Moleque, mas lá no fundo, bem no fundo, garanto que vai ter uma raridade esquecida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A grana é 'A Favorita'

Sempre tentei me manter longe de frases prontas como “A Globo manipula” ou “Abaixo a mídia hegemônica”. Esse tipo de afirmação só caracteriza uma falta de conhecimento do real andamento dos meios de comunicação e um desvio de foco na forma de protestar. Claro que existem manipulações, mas o importante é saber como ela acontece. Manipulações, ou trocas de focos na mídia se dão, geralmente, mais por interesses econômicos da empresa em questão, do que por ideologia.

É o caso do da novela ‘A Favorita’. Estranho uma novela detalhar tanto o ramo de atuação dos seus personagens. A trama toda ocorre em volta de uma família dona de uma grande empresa de celulose. Opa! Empresas de fabricação de celulose... Isso não me cheira bem.
Certo dia, em uma viagem a casa dos meus pais, vou assistir com minha mãe a um capitulo da novela, mais pensando na vida do que assistindo, quando sou interpelado pelo seguinte diálogo: (Assista a cena clicando aqui, ou no player logo abaixo)

Vó: É... fama não enche barriga... Só se ele estivesse maluco de deixar uma fábrica séria, respeitável, grande, assim como a Fontini...

Tia: Respeitável, mas causa muito desmatamento...

Neto: Não é assim tia... A floresta de eucalipto cresce sem encostar na mata nativa, e ao contrário de que muita gente pensa, a Fontini recupera essas áreas degradadas da Mata Atlântida. Vovó sabe disso!

Vó: Até o Copola (inimigo do dono da fábrica) reconhece que o Dr. Gonzalo (dono da fábrica) fez um trabalho muito bom, excepcional! Ah, todo mundo sabe... ele fez a Fontine crescer graças a plantação dessa floresta exclusivamente para a fabricação da celulose e do papel.

Neto: é isso mesmo... o próprio Vô Copola sempre diz que o Brasil é referência mundial na industria de celulose.

O personagem diz isso e sem explicação troca de assunto... Se achava estranho antes, agora tive certeza... Se a industria da celulose não conseguiu ter uma boa imagem por bem, agora seria por mal. Decidi ficar olhando o capítulo até o fim para saber de quem era o merchandising, que aparece junto com os créditos da novela. Na mosca... Merchandising pago pela Bracelpa: Associação Brasileira de Celulose e Papel. Só a união das maiores empresas brasileiras do ramo da celulose papel. Logo, muita grana envolvida.

O problema não está em patrocinar uma novela, e sim em usar técnicas de desinformação para melhorar sua imagem. Se fosse um personagem que comprasse papel e falasse: ‘que papel legal!’ ou ‘que celulose interessante!’, assim como são as propagandas de celulares e produtos cosméticos, não teria problema. Mas não, a propaganda diz: ‘Plantar celulose é legal e não faz mal a natureza’. Para mim, com o mínimo de conhecimento que tenho sobre o assunto, esta propaganda se equivaleria a uma de cigarros dizendo: ‘Fume, faz bem para saúde e ainda ajuda os agricultores’.

São muitos os estudos que apontam os malefícios das monoculturas de eucalipto. Desde a desertificação do solo até o aumento do êxodo rural. Em contra partida, ainda não ouvi, nem li, algo que rebatesse essas acusações. Inclusive, a UFSM tem muitas pesquisas financiadas por empresas desse ramo. Mas se você quiser saber quem realmente é financiado, acesse o site Às Claras, que mostra todos os doadores de campanhas políticas passadas.

Faça o seguinte, vá até o site e selecione as prestações de conta da eleição de 2006. No campo para pesquisa, digite a palavra ‘celulose’ e clique em pesquisar. Você vai encontrar mais de 10 empresas que financiaram campanhas de políticos. Só a Aracruz, gigante do ramo, doou milhões. Inclusive, o prefeito eleito de Santa Maria, Cezar Schirmer, é um dos beneficiários da empresa.

Quando fiquei sabendo desse valor que está sendo investido nos deputados e senadores, ficou claro para quê está servindo esta publicidade na novela das 8. O mais interessante, é que todos os sites que chamam a mídia de manipuladora fizeram vagas referência sobre esse caso, não citando nenhum fato pontual como estou fazendo.

Fontes:
Bracelpa
Às Claras
Rede Globo

Imagem:
Weno

Assista ao video! (O diálogo citado acima está em 3 min e 30 seg)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Justificativa!

16h29min. Tarde de sol... perfeito para fazer nada.
Enquanto escuto na rádio uma entrevista sobre a filosofia do 'Nadismo' aparo as arestas do meu primeiro capítulo...

Este post é para justificar a minha ausência. Falta menos de um mês para entregar a monografia e estou dando um sprint.

Em dezembro volto com força total... Ou não... hahaha!

Enquanto isso, fique com uma charge sobre os blogueiro, do site Nada a ver: O nome é Problogger e conta as peripécias de um blogueiro à maneira antiga:


Saudações a todos

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

How much?

Quanto vale o seu blog?
É a pergunta que o blog da Business Opportunities Weblog tenta responder. Baseado em cálculos de Tristan Louis e utilizando os critérios de hierarquização dos blogs, o softwear calcula e dá o resultado em poucos segundos.

O OpiniãOposta! vale a bagatela de 3,387.24 de Dólares, cerca de 6,276 de Reais. Pensando profundamente, com o rendimento que meus investimentos vem tendo... eu venderia... Podem me chamar de capitalista, de privatizador ou até de Fernando Henrique Cardoso.

Nesta tendência, muitos portais da internet compram blogueiros para trazer leitores para o seu site. Em alguns casos, a oferta é tão insignificante que até parece piada: Marcelo Träsel, um grande pesquisador das novas tendências da comunicação na internet, dono do blog Martelada, foi assediado pelo site da Editora Abril. Em troca de seus textos e sua audiência, eles ofereciam um blog com layout limitado e o status de ser blogueiro da Abril. Assim, Marcelo, com muito bom humor, postou a proposta indecorosa em seu blog.

Bom, se ficou interessado em comprar o OOP!, podemos negociar...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Blogs: Onde pesquisar!


Com os blogs gratuitos a blogosfera se tornou um espaço aberto a qualquer um que tenha o mínimo de acesso e intimidade com a Internet. Essa grande abertura significa uma quebra de paradigma enorme. Antes da internet, poucos tinham suas vozes vinculadas em uma mídia de alto alcance. Com exceção de seções de cartas dos leitores, o consumidor da informação não tinha espaço algum para vincular suas idéias.

Com o surgimento da internet, isso ficou mais fácil. Entretanto, por muitos anos a internet foi um espaço de emissão reservado a pessoas que dominavam as codificações HTML. Quando o formato blog, como conhecemos hoje, foi disponibilizado gratuitamente por servidores como Blogger e Wordpress, o ultimo paradigma da internet havia sido quebrado. Agora, qualquer um tem um bom espaço para vincular suas idéias e compartilhar conhecimentos.

Por isso, resolvi postar dois livros sobre blog no OOP. Para quem não sabe, meu trabalho de conclusão é sobre blogs. Então, nos últimos meses, tenho ido a caça de autores que tenham uma boa concepção desse fenômeno, que já não é considerado tão novo assim. Vou dar duas dicas: Um livro para você ler e outro para ignorar.

NÃO LEIA:
Blog: Entenda a revolução que vai mudar seu mundo, do blogueiro republicano Hugh Hewitt.

Qualquer argumento que é construído em cima da idéia que existem os bons e os maus, para mim, não é valido. Não entendeu? Bom, Hugh Hewitt é um republicano ferrenho, que acredita que todos os democratas, ou esquerdistas, são fanáticos. Por conseqüência, todos os republicanos, ou direitistas, são pessoas centradas e que entendem de política. Todo o discurso de Hugh é fundado sobre essa premissa. O fanatismo de Hewitt é tão grande que na introdução do livro ele dá um aviso aos leitores que não compartilham da ideologia do autor: Largue este livro e vá rever seu DVD do Michael Moore.

O livro pretende ser uma carta de intimação para quem ainda não tem um blog. Neste ponto, Hugh traz uma perspectiva mais empresarial do fenômeno dos blogs. Ele também apresenta algumas situações onde os blogs pressionaram a grande mídia até que ela tomasse o fato como importante.

Apesar do que foi dito a cima, no meio das divagações panfletárias de Hugh Hewitt pode se encontrar algumas frases sensatas que refletem as inovações e potencialidades trazidas pela blogosfera.

LEIA:
Blogs y Médios: Las claves de una relación de interés mutuo
José Manuel Noguera Vivo, pesquisador espanhol, fez um livro extremamente completo trazendo os aspectos técnicos e sociais da blogosfera. Com uma bibliografia de dar inveja a qualquer pesquisador, ele apresenta vários aspectos da comunicação e interação mediada por blogs. Junto, traz um estudo de mais de 150 blogs de meios de comunicação. José Manuel deixou uma versão de sua obra em domínio publico. Assim, qualquer pessoa pode fazer o download.
Este é um ótimo livro para estudantes de comunicação ou mesmo para aquelas pessoas que querem conhecer o fenômeno ou incrementar seus blogs.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

OOP na eleição apresenta: Propaganda eleitoral



Este post abre a Série “OpiniãOposta na eleição 2008”.

Iniciou hoje a ‘Propaganda Eleitoral Gratuita’. A vontade de conhecer os postulantes a câmara de vereadores de Santa Maria, me fez abandonar o debate esportivo que costumeiramente ouço. Mas já adianto, não me arrependi da troca.

Foram 30 minutos de muitas gargalhadas e poucas propostas. A cada dez candidatos, apenas 2 apresentavam alguma proposta. Os outros se esmeravam em mostrar como eram honestos, ou como eram ‘descolados’, como é o caso do candidato entitulado ‘Rack’.

Mas se faltam propostas, sobram ‘rimas ricas’. Os candidatos estão inspirados:
- “Chega de lorota, vote no Chicota”
- “Vote certinho, vote no Tigrinho”
- “Vote sério, vote no Astério”
- "Chega de mesmice, vote no Sanfelice"

A cidade de Santa Maria se destaca também pelo número de candidatos que concorrem sobre a alcunha de um apelido. Alguns apelidos bem curiosos, por sinal: o Juba, o Asa, o Alemão do Gás, o Cezar Papagaio, o Bigode, o Motorista - Irmão Reni Barriga, Jacaré, Professor Batata, e o Tampa. Ainda temos um nome que não é apelido, mas que não é menos curioso: John Wayne. Isto mesmo. Este é o nome de um policial militar candidato a vereador. Os pais dele deviam gostar bastante de ‘bang-bang’, pois John Wayne foi um dos grandes atores do estilo.

A Propaganda Eleitoral Gratuita em Santa Maria está demonstrando que pode ser uma ótima arma para os bons candidatos se destacarem neste mar de mesmice.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mombojó: Resenha sem fim


Outubro de 2007. BR-287. Empolgado com a idéia do blog, sento na minha poltrona no ônibus que se dirige a São Luiz Gonzaga e já coloco meus fones. Espero passar as distrações da cidade e acendo as luzinhas do ônibus para iniciar minhas anotações, pois já passavam das sete. Dou play na vitrolinha e aprecio a confusão da música que contrasta com a minha paz interior e a tranqüilidade das vacas que pastam enquanto o sol se esconde rápido. Fecho a cortina e me isolo do clima bucólico, me concentrando cada vez mais na música.

Abro meu bloco vermelho de seis estrelas e olho para o visor do meu toca-discos branco: Mombojó – Cabidela (3:54). Começo minhas anotações. Elas duram quase duas horas e quatro páginas. Vasculho os mínimos detalhes de cada melodia desafiadora dessa banda pernambucana. Atordoado com a carga musical, desligo meu sonzinho e pego no sono até chegar em pagos missioneiros.

Guardo minhas anotações até o momento oportuno para escrever uma resenha bem fundamentada sobre o Mombojó. Entretanto, os dias vão passando, a minha paz de espírito vai diminuindo e meus compromissos vão aumentando. O bloco continua sempre muito usado, mas minhas anotações continuam estáticas. Em uma tarde de trabalho jornalístico, enquanto apertávamos um suspeito de peculato, a gloriosa caderneta vermelha, com um desenho de um gigante atrás, se perdeu. Anotações, telefones, pensamentos, conversas durante a aula e mais coisas pessoais caíram na mão de alguém que leu e riu muito, ou simplesmente jogou no lixo.
Enfim, todo meu trabalho havia ido fora por culpa da minha preguiça. Portanto, resolvi escrever uma resenha mais baseada no coração do que na razão. Acho que é a melhor forma de analisar Mombojó. Instrumentos de sopro, samba, jazz, pitadas eletrônicas com rock pesado e uma pegada nordestina que fecha muito bem essa mistura.

A banda Mombojó é formada por sete jovens recifenses que novamente pegam as raízes do mangue e ligaram a seus computadores, fazendo um som inovador denominado (por eles próprios) Nova MPB. A banda iniciou em 2001, tocando em vários festivais e conseguindo ter uma notabilidade relativa. O som estranho e sedutor chamou atração de muitos críticos. Em 2004, através do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Recife, conseguiram gravar seu primeiro álbum. NADADENOVO apresenta a jovem banda
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01/08/08
Abro uma pasta de documentos que há muito nem passava os olhos. Além de vários álbuns que havia feito download, encontro esta resenha inacabada. Quase um ano depois, volto a saga que acabou esquecida em uma gaveta do meu computador. Mas decepando o ‘nariz de cera’ vamos ao que interessa: O Mombojó já tem o seu segundo disco que se chama O homem espuma. Eu considero este álbum melhor do que o primeiro. Mombojó é uma banda para quem gosta de conhecer o desconhecido, sem preconceito. Decifrar letras inteligentes e poéticas escondidas atrás de um sotaque atraente. Surpreenda-se.

Baixe os dois álbuns da banda no site: www.mombojo.com.br

terça-feira, 29 de julho de 2008

Rinoceronte no 'MTV procura com Cachorro Grande'


Se lançar no cenário nacional tendo o apoio da MTV é o que muitas bandas brasileiras buscam. Poucas conseguem. Para escolher as novas caras da rede, a MTV faz alguns concursos e programas que possibilitam o acesso de novos grupos a programação do canal.

O novo reality show com este objetivo é o 'MTV procura com Cachorro Grande'. Os beberrões da Cachorro Grande vão vasculhar o sul do Brasil, gravando novas bandas que foram selecionadas pela produção do programa. A previsão de exibição do programa é para Outubro. No final, será escolhida uma das bandas para fazer um show em Porto Alegre com a Cachorro grande.

A caravana do programa chegou segunda-feira, 26 de julho, em Santa Maria. Da boca do monte foram escolhidos dois representantes: Sonnets (que particularmente não conheço) e Rinoceronte.
A gravação da Rinoceronte foi no Macondo. O Hardrock clássico e ao mesmo tempo moderno do power-trio, chamou atenção do pessoal da MTV: “Não sabemos como fomos selecionados. Eles entraram em nosso myspace e deixaram um recado dizendo que havíamos sido selecionados” explica Paulo Noronha, voca lista e guitarrista da banda.

O sigilo não pairou apenas sobre a forma de escolha, mas também sobre a forma do programa: “Parece que serão duas horas de gravação entre as músicas e entrevistas. Só sei isto. Ensaiamos 8 sons, mas não sei quantos vamos gravar” contou Noronha.

Depois da gravação, os segredos foram revelados pela produção da MTV: O programa será exibido a partir do dia 17 de novembro, e terá 9 episódios. Foram escolhidas 16 bandas.

Com uma hora de atraso, chegou o pessoal da produção junto com os integrantes da Cachorro Grande. Logo o show começou. Foram gravadas 4 músicas, mas a banda tocou 8. O som da Rinoceronte já é normalmente empolgante, naquele dia parecia estar ainda melhor, empolgando todo mundo, principalmente o integrantes da Cachorro Grande. Eles gostaram tanto, que ao final do show, puxaram o coro de ‘mais um’.

Quando a Rinoceronte desceu do palco, foi a vez da Cachorro Grande apresentar suas armas. Três dos cinco integrantes da banda fizeram uma Jam session.

Sinceramente, acredito que a Rinoceronte tem boas chances de ser um dos destaques deste programa. Esta convicção ficou mais forte quando vi o tecladista do Cachorro grande, ao sair do bar e entrar em sua van, largar a seguinte frase: “Cara, muito foda esta banda”. Confira abaixo os vídeos que gravei no dia:

Rinoceronte tocando a música Choque:



Cachorro Grande dando uma palhinha no Macondo



Confira outras bandas que foram selecionadas para participar deste programa:
Mundo 47

Lenzi Brothers
Maltines

sábado, 12 de julho de 2008

Mosca azul causa surto de gangrena no poder judiciário

Em tempos de crise moral, poucas instituições brasileiras mantêm uma boa imagem diante da opinião pública. A condição insalubre da política, a homofobia e abuso de poder do exército e a putrefação da educação básica, são alguns dos fatores que fortalecem a descrença do povo brasileiro na estrutura social do seu país.

Talvez o poder judiciário, até agora, fosse o poder menos afetado por escândalos. Pelo menos dos que vem a tona.

Mas...quando a Polícia Federal resolveu mexer em um esquema há muito instituído, e que movimentava grandes cifras, envolvendo muitos políticos e empresários do país, a maior corte do poder judiciário se manifestou para manter a ordem. A ordem do bandido, não a ordem ética.

O ministro do STF, Gilmar Mendes resolveu soltar Daniel Dantas, o grande chefe do esquema, porque ele não apresentava perigos ao andamento da investigação. Além disso, considerou que não haviam provas suficientes para prendê-lo, assim desautorizando a decisão do juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

Gilmar ainda chamou Fausto de insurgente, pelas suas atitudes que contrariavam as decisões da corte superior. Entretanto, Fausto de Sanctis teve o apoio de muitas organizações ligadas ao exercício do direito.

Sobre o caso, faço as pazes com o Jabor e uso uma citação dele para me posicionar sobre o caso: “A polícia federal tem entrado com um corte cirúrgico nesse problema. Com Grande eficiência.(...) E alguns juristas ainda reclamam: ‘A polícia federal dá show para mídia’. E daí? A mídia não é um palavrão. É o canal por onde o povo vê o país. Ao invés de se inquietar com a eficiência da polícia, o judiciário deveria se preocupar com a imagem que a população desinformada tem dele: ‘Ah! A polícia prende e a justiça solta’. O judiciário precisava também ser aplaudido na mídia.

Confira o comentário de Arnaldo Jabor na íntegra:

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Audiência qualificada! Este blog tem acessos da Câmara dos Deputados



Uma com muitos assessores bem pagos, outra com poucos funcionários que amargam baixos salários. Uma com verba para material de escritório e correspondência, outra com racionamento de folhas e impressão. Uma com muitos lobistas loucos para fechar um negócio, outra com fundações para a ‘desburocrátização’ de suas verbas.

Realmente existem muitas diferenças entre as realidades da Câmara dos Deputados federais e as de uma universidade federal. De longe, mas muito longe, observamos com perplexidade recessos pelas razões mais variadas e benefícios que engordam o mísero salário de R$ 12.874,20. Segundo um levantamento feito pela revista Rolling Stone de fevereiro de 2007, um deputado federal pode custar até R$ 101.000.00, por mês.

Mas engana-se o cidadão que pensa que os trabalhadores da Câmara dos Deputados federais não se preocupam com a realidade do universitário das instituições federais. Tenho provas do que afirmo.



(A imagem acima comprova o acessoa esse blog direto da Câmara dos Deputados, no dia 25 de jun, às 16h18min. As setas vermelhas marcam o lugar do acesso)

Olhando a origem dos acessos a esse blog, como rotineiramente faço, vi que um deles partia de uma das belas salas da ‘casa do povo’, ou melhor, da ‘casa dos representantes do povo’. Fiquei muito lisonjeado pela nobre deferência. E aproveitando a audiência qualificada, digo que os universitários sempre estarão dispostos a investigar a aplicação das emendas dos famigerados parlamentares. Não se preocupem. Se depender de nós, suas emendas não serão desviadas do rumo correto

Abraços a vossa excelência, e obrigado pela preferência!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

1 ano.



Conhecendo a minha personalidade, um ano de qualquer projeto equivale a uma década. A persistência com certeza não é uma virtude minha. Já tive um blog que durou três postagens e outro que não passou de 15 minutos de empolgação. Sob o pretexto de uma ferramenta para melhor minha escrita precária, criei mais um blog.

Estava na aula, mas a idéia que há alguns minutos estava na minha cabeça me trazia uma urgência de um problema não resolvido há anos.

Então me avancei no computador livre e iniciei a gestação desse espaço. Nome? Imagino que dar nome a um filho seja mais fácil que nomear um blog. Queria algo ousado e inteligente, mas o tempo era curto. Então em 43 segundos de reflexão coloquei o primeiro trocadilho que me surgiu e já engatei a primeira postagem. Simples, feia, mal feita e de uma indignação juvenil. A segunda já foi com mais dificuldade. Mas a partir daí a coisa foi engrenando.

Os leitores foram chegando... Muitos por amizade com certeza. O engraçado dos leitores por amizade é que o comentário é sempre o mesmo: “Muito bom teu blog, depois deixo um comentário”. Eu entendo. É para não perder a amizade. As vezes faço isso também.

Momentos criativos, outras dramáticos e outros nulos. No mês que tinha mais tempo livre acabei silenciando. Não por querer, mas por um bloqueio criativo que era sintoma dos erros que vinha cometendo: subverter minhas convicções.

Foi um ano que demorou a passar. Poucas postagens, mas sempre com o melhor de mim. Meus textos podem não ser bons, mas carregam toda a minha devoção, pelo menos durante os minutos que me dedico a eles.

O OpiniãOposta me trouxe muitas coisas boas. Me ajudou a pensar na vida, aprimorar a minha forma de exposição de uma idéia, além de ser um ótimo passatempo. Também devo ressaltar que através dele conheci muitas pessoas legais. Não pessoalmente, mas por muitas conversas via MSN e comentários.

Hoje sou mais cético, realista, apaixonado e idealista. Pode parecer contraditório, mas para mim faz o maior sentido. Por isso, agradeço a todos que pelo menos passaram por este espaço digital durante esse 1 ano. Vocês contribuíram para uma evolução pessoal!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Hardrock como me gusta


O Hardrock surgiu no fim da década de 60, quando o rock ainda era muito leve e puro. Por isso, foi batizado com esse nome: “Rock pesado”. Entretanto, trazia características bem marcantes, como a abundância de riffs e solos de guitarras, baixos bem marcados, baterias fulminantes e a grande influência de estilos como o folk e o blues. Mas com o passar dos tempos esse conceito foi se perdendo com a capilarização do rock em várias subdivisões, que não deixam de ser rock pesado, na acepção da palavra, mas são muito diferentes de sua origem.


Em pleno século 21, quase 40 anos depois do surgimento do Hardrock, algumas bandas ainda continuam fazendo esse som, como na sua origem, acrescentando alguns elementos da modernidade. Por isso, resolvi fazer a seleção de algumas bandas que fazem um som pesado, mas situado no seu tempo, sem tentar ser ‘cover’ das bandas consagradas da década de 70.

Sei que muitos vão pensar “Mas essa banda não é Hardrock” ou “mas aquela banda é hardrock e não foi incluída”. Bom, por isso resolvi nomear o CD de ‘Hardrcok como me gusta’. Espero que gostem, e aguardo comentários bastante críticos! Também está a disposição os links dos cd’s que as músicas foram tiradas para quem quiser conhecer mais sobre as bandas.


BAIXE O CD

1- Audioslave – Cochise (3:42)
Música de abertura do primeiro álbum da banda, um dos melhores de rock dos últimos anos. O Audioslave tem mais dois álbuns, mas que não tem a mesma qualidade do primeiro. A banda acabou ano passado com a saída do estrelão Chris Cornell.

2- Wolfmother – Womam (2:55)
Umas das novas bandas mais bem sucedidas e com maior notoriedade, esse power-trio australiano lançou seu primeiro CD (Dimensions) em 2005, mas já tinha dois EP’s. ‘Womam’ é um dos singles desse disco. Destaque ainda para a faixa 7, que leva o mesmo nome do álbum, e para faixa 11, ‘Withcraft’, onde a guitarra divide lugar com uma flauta ao melhor estilo Jethro Tull..

3- The Darkness – Black Shuck (3:21)
Os ingleses do The Darkness são da escola do Glam Rock, como o Queen. Entretanto, algumas das faixas dos seus dois álbuns são bastante pesadas. ‘Black Shuck’ é a faixa abertura do segundo, 'Permission to Land'.

4- Jet – Stand Up (4:33)
Os australianos do Jet conseguiram alcançar boa reconhecimento com o seu primeiro CD, ‘Get Born’ (Muito bom por sinal). Um rock que traz uma evidente influência dos Beatles e Stones. Stand Up é a faixa 9 do segundo CD da banda, ‘Shine on’, que também é bom, mas não melhor que o primeiro.

5- The White Stripes – Little Cream Soda (3:45)
Com certeza o grupo com maior sucesso dessa seleção. Jack e Meg White conseguiram fazer algo novo e ao mesmo tempo velho. Juntaram o rock sujo de garagem com folk, hardrock e o Blues de Robert Johnson. Tudo isso com batidas hipnóticas e sons computadorizados. A dupla tem 6 CD’s, o último foi lançado ano passado. É desse álbum, ‘Icky thump’, que saiu ‘Little Cream Soda’.

6- Stone Temple Pilots – Dumb Love (2:50)
Uma das principais bandas americanas do cenário grunge nos anos 90, na qual faziam parte: Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam, Alice in Chains, entre outras. Têm influências evidentes de hard rock e até mesmo o punk. A banda acabou em 2003. Em janeiro de 2008, o vocalista Scott Weiland afirmou em uma entrevista que a banda voltará aos palcos a partir de maio desse ano. ‘Dumb Love’ é a faixa de abertura do quinto álbum de estúdio da banda, ‘Shangi-lá Dee Da’.

7- Rose Hill Drive – The Guru (5:16)
Trio de jovens de americanos que faz um hardrock que surpreendeu bandas históricas como The Who. Por quem foram convidados para abrir os shows de sua tour em 2007. Lançaram seu primeiro CD em 2006. Esse álbum traz muitas músicas boas: Além de ‘The guru’, destaco ‘Cold Enough’, ‘Cool Cody’, ‘Raise Your Hands’, ‘Reptillian Blues’ e ‘Shakin’ All Over’.

8- The Raconteurs – Store Bought Bones (2:24)
Emcabeçada também por Jack White, o Raconteurs faz um som diferente e bom. Tiveram um hit tocando a exaustão, ‘Steady as she goes’, faixa de abertura do primeiro CD. Esse ano, lançaram o seu segundo álbum: ‘Consoler Of The Lonely’. Mais folk que o primeiro, mas mantém a linha que caracteriza a banda. Store Bought Bones é a sétima faixa do primeiro álbum da banda. Nesse álbum, destaque para ‘Yellow Sun’ e ‘Blue Veins’.

9-Black Mountain – Stormy High (4:34)
Banda canadense que mistura rock psicodélico, com hard, com progressivo e folk. Esse é o primeiro e único CD da banda. Som muito interessante, sombrio e pesado.

10- The Sights –Nodoby (7:30)
Assim como o The White Stripes, é uma banda de Detroit. Faz um som que oscile faixa a faixa do álbum: hora lembra o início dos Beatles, ora os americanos do Grand Funk Railroad. ‘Nodoby’ é a faixa de encerramento do segundo álbum da banda: ‘Got What We Want’. Destaque ainda para ‘Sick and Tired’ e ‘Got What I What’.

11- Silvertide – Aint’t Comin’ Hom (4:04)
Não tenho muitas informações sobre essa banda. Sei que esse álbum é de 2005, e se chama ‘Show & Tell’. Músicas do Silvertide integram a trilha sonora do filme ‘A Dama D'agua’. É um hardrock simples, nada de mais, para falar a verdade. No entanto, gostei bastante dessa música.


12- Velvet Revolver – Little thing (3:57)
Com a base do Guns N’ Roses, a banda tem nos vocais, no álbum Contraband,2004, de onde foi tirada essa música, Scott Weiland, ex-vocalista do Stone Temple Pilots. É um Hardrock clássico do final dos anos 70. A banda lançou um novo álbum o ano passado com o nome de ‘Libertad’. No álbum de 2004, destaque ainda para ‘Sucker Train Blues’.

As duas últimas faixas são de duas bandas locais que fazem um hardrock de qualidade e autoral:
A faixa 13 é ‘Desse Whisky’ (3:28), da Outhouse Birinight Band, banda que já há cinco anos faz esse som pesado, recebendo premiações em festivais, inclusive.

A faixa 14 é de uma banda mais recente: Rinoceronte. Power-Trio que iniciou suas atividades esse ano, mas que pretende ir longe com seu som. A música deles que está no CD é ‘Furacão’ (4:56). O nome mais apropriado para o peso desse som.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Crônica de um desempregado

20 anos. Está na hora de entrar definitivamente no mercado de trabalho e se sentir totalmente integrado a uma sociedade para qual somos preparados desde o berço. Qual o primeiro passo? Carteira de trabalho. Então vamos a ela.

Em um dia preguiçoso das férias, levanto lá pelas 9h30 com o intuito de ser um cidadão trabalhador. Tomo um breve e simplório café com leite enquanto assisto desenho animado. A minha pressa era pouca, assim como meu saldo bancário. Escovo os dentes, pego o player e saio em busca da minha aposentadoria.

O sol agride meus olhos há pouco acordados. Cinco minutos de caminhada e chego ao local. Pequeno e lotado, móveis velhos e caras de tédio. Entro e fico analisando, procurando aonde pegaria a senha de atendimento. Sou interpelado por um jovem, provavelmente mais novo que eu, que pergunta o que eu procurava. Digo que queria fazer a carteira de trabalho, e ele responde que as senhas da manhã já haviam acabado, mas que ao meio-dia e meia eles distribuiriam as senhas da tarde. Coço a cabeça e volto para casa.O relógio marca 12h20, pego meu boné e saio mais uma vez na procura da minha carteira de trabalho. Alguns metros antes de chegar ao lugar, encontro um amigo, cumprimentos feitos digo que vou fazer minha carteira de trabalho para receber um dinheiro aí. Ele ri e diz: “To aqui desde às 11 e as fichas já acabaram”. Senti o drama. O negócio seria acordar cedo.

Muitos dias se passam e o sono não deixa o lado trabalhador conseguir seu passaporte. O ritmo das férias fez com que o meu relógio biológico ficasse totalmente atrasado. Dormir antes das três da manhã? Acordar antes das 11? Nem pensar. Isso que eu adoro acordar cedo.
Manhãs a fio tento acordar às seis para poder postular a uma senha e fazer a bendita carteira de trabalho. Entretanto, nem com despertador no volume máximo ou reza braba eu acordei. Solução? Utilizar um velho e gasto provérbio popular: “Se não pode vencê-lo, junte-se a ele”. Então tá! Se não consigo acordar, a solução é não dormir.

Foi o que fiz depois do Lost: fui pra internet arrecadar sons pra minha discoteca. Depois para não deixar o sono chegar, joguei umas 15 partidas de FIFA (cada partida são oito minutos). Quando meus olhos já não suportavam mais, fui assistir o jornal matutino. Já são quase 7 horas, me apresso para sair.Repetindo o ritual, cravo um boné na cabeça, pego meu player e saio em busca da carteira. Nas ruas já com um número grande de estudantes, ainda se ouvia o som da manhã, melhor que qualquer rock’n roll do meu player. Cinco minutos de caminhada e me deparo com uma fila de mais ou menos 50 pessoas, faltando uma hora e meia para a abertura do serviço.

Realmente não é fácil ser trabalhador no Brasil. Muitas das pessoas que estavam ali procuravam seu seguro desemprego ou mesmo vaga de emprego. Muitos jovens, muitos idosos, mas todos silenciosos e olhando para o nada. Exceto uma ‘gordinha’ (nada de pejorativo) que olhava toda a fila. Qualquer mínimo movimento era motivo para a senhora, com uma sacola de plástico nas mãos, torcer o pescoço.

O silêncio era fúnebre, só interrompido pela batida dos saltos-altos das garotas que com suas maquiagens iam para o cursinho. O rapaz que estava a minha frente era meu conhecido. Era meu vizinho na minha cidade, mas nunca havíamos trocado mais que cumprimentos curtos, nem sabia o seu nome. Pelo visto ele não me reconheceu. Nessas horas isso é o melhor. Ficar uma hora parado trocando frases com algum que não se conhece direito, apenas por educação é no mínimo enfadonho.

Resolvo colocar meu player e me absolver dos sons alheios. Começo a refletir: aquela fila só existe porque é em busca de serviços obrigatórios e estatais, oferecidos pra trabalhadores de baixa renda. Imagine se fosse uma fila para empresários? No mínimo teríamos senhoras alegres distribuindo café e bolachas.

Divago, vou longe, lembro de Marx e Maquiavel. Quando, como uma pedrada, a senhora atrás de mim começa a emitir sons com seu celular novo. Um celular de abrir e com câmera, com cara de que foi o presente de natal da senhora de vestes modestas. Além de alto, o som era extremamente agudo. Toda a fila começou a olhar de onde vinha aquele som abominável.

A empolgação da mulher com o jogo me parecia uma vontade de mostrar a si própria as utilidades do novo presente. Antes de se comprar um celular moderno, ele passa de futilidade a necessidade. “Como vou viver com um celular sem jogos legais?” Mas depois com o aparelho, as funções vão ficando corriqueiras e se tem a nítida noção que não passa de um aparelho de telefone. Depois de dez minutos de muita poluição sonora, a senhora advertida pelos olhares da fila, coloca seu celular novamente na bolsa.

Uma hora e quinze de espera, e finalmente o serviço é aberto. Nesse momento olho para trás e vejo o dobro da fila de quando cheguei. Pego a ficha oito (de vinte). Mais quarenta minutos de espera e cadastro feito.

O primeiro passo foi dado. Agora sou verdadeiramente um desempregado, espero que seja por pouco tempo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

5964. Born to be wild (3:30)

Três vontades, três valores, três estilos. Embalados por um ímpeto juvenil. A grande chance surgiu e agarramos com unhas e dentes. Bom, mas vamos voltar um pouco no tempo. Sala de redação da FACOS (Faculdade de Comunicação Social da UFSM), uma tarde de quarta quente de novembro, reunião de pauta da segunda revista da turma do sexto semestre.

Muitas idéias, como sempre, pouca criatividade. Então vamos a escolhas de funções, e alguém grita: - Reportagem? Ao passo que vários se colocam a disposição de maneira voraz! Muda daqui, troca dali, saio eu, entra tu. Pela mão do acaso se forma a melhor equipe para a pauta que viria a ser escolhida.

Me sentiria me muito bem colocar em colocar toda nossa saga no papel. Entretanto, não tenho assistência jurídica suficiente para tocar nos nomes que queria. Além do tamanho, seria necessário um bom hectare desse blog. Então, me pague uma cerveja em um bar com música boa que lhe conto a história de cabo a rabo. Não entendeu nada? Leia a matéria abaixo, que foi publicada na terceira txt, escrita por Raero Monteiro e apuração de Otávio Chagas, Raero Monteiro e Willian Araújo.
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UFSM usada como ponte para recursos em projeto
Por Raero Monteiro
Otávio Chagas
Willian Araújo

Projeto ‘A Cultura – Inclusão Social’, sob investigação por não utilizar devidamente os recursos a ele destinados por emenda parlamentar do deputado Paulo Pimenta, foi mais uma da série de suspeitas lançadas sobre a UFSM e a FATEC nos últimos meses. Porém, a utilização dos recursos é apenas um dos vários procedimentos questionáveis envolvendo o projeto. A Universidade não elaborou, executou ou fiscalizou sua execução.

Dirigentes de entidades beneficentes que deveriam ser participantes do projeto, de 2005, o qual destinava R$ 48,2 mil para atividades com crianças e adolescentes, afirmam que sequer tinham conhecimento dele. O coordenador do projeto e pró-reitor de Planejamento da época, Roberto da Luz Júnior, 55, ficou surpreso ao saber das declarações, explicando que “não é de praxe” se verificar a aplicação dos recursos nos locais em que as atividades se desenvolvem.

O que diz Roberto vai de encontro à resolução nº 014/2003, assinada pelo então reitor, Jorge Sarkis, que instrui a formação de projetos que visam à contratação de fundação de apoio. Ela delega ao coordenador, dentre outras funções, a atribuição de “supervisionar as atividades do projeto”.

A mesma resolução dá ao gestor a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar a execução do projeto. Cabe ao gestor fiscalizar inclusive o coordenador, e por isso o coordenador não pode também ser o gestor do projeto.

O gestor de ‘A Cultura – Inclusão Social’, José Orion Ribeiro, 44, foi indicado pelo próprio Roberto, e era funcionário da pró-reitoria de Extensão. José revela que o papel do gestor, na prática, também não é cumprido: “A gente, como gestor, não se envolve com o projeto. Tem que ter alguém responsável por ele mas tu não se envolve com as ações dele. (...) Não sei nem do que se trata o projeto, eu não me envolvi com o projeto”.

Nenhum bolsista ou professor das áreas envolvidas no projeto participam dele. Isso deixa claro que a UFSM apenas serviu como ponte para os recursos serem aplicados. Roberto define o papel da Universidade como de “assessoramento” para o ajuste formal do projeto, e ressalta que o deputado Paulo Pimenta “reivindicou parte dos recursos” da emenda para projetos “que ele mesmo apresentou para a Universidade através da ex-vereadora Misiara Oliveira”. Dentre eles estava ‘A Cultura – Inclusão Social’.

Não há no projeto qual o papel a ser desenvolvido pela ONG Olympe, que nele é parceira da UFSM. A ONG, na prática, assumiu o papel de executar as atividades previstas em outras três entidades, o que os dirigentes destas negam que tenha ocorrido.

A Olympe é representada no projeto e em outros documentos a ele relacionados por Marcelo Zardo Brettas, que não tem seu cargo na Olympe esclarecido. Roberto não conhece a presidente da ONG na época, Renata da Fontoura. Quem ele identifica como principal interlocutora da Olympe é a mesma pessoa que apresentou o projeto para a Universidade, a ex-vereadora Misiara Oliveira.

‘A Cultura – Inclusão Social’ faz parte de um projeto maior, intitulado ‘IPDR Apoio às ações comunitárias: A cultura – inclusão social, Apoio ao esporte de base e XX Festival de Inverno de Vale Vêneto’. Este projeto ‘guarda-chuva’ engloba ainda outros dois que receberam verbas da emenda. Um deles apoiava atividades com jovens das categorias de base do Grêmio Atlético Imembuí, no valor de R$ 52 mil. O outro repassava R$ 25 mil para o Festival de Inverno de Vale Vêneto.

Nenhum dos três projetos previa alguma viagem internacional a ser realizada. Entretanto, foram pagos R$ 3 mil à empresa Transportes Rizzatti Ltda. por uma viagem para Posadas, na Argentina. O número da nota fiscal é 5640 e ela é datada de 3 de janeiro de 2006.

Os professores do curso de Ciências Econômicas Clailton Freitas, Orlando Martinelli Júnior e Uacauan Bonilha constam como participantes de algum dos três projetos deste ‘guarda-chuva’, e receberam bolsas de R$ 1,5 mil cada. Contudo, eles não tiveram nenhuma participação neles, tendo recebido as bolsas pela participação em um outro, desenvolvido para avaliar o impacto da instalação de fábricas de celulose na região de Pelotas.

O professor Clailton Freitas, 43, revela: “Como esse projeto já estava recebendo a verba então os bolsistas do projeto Votorantin foram pagos com recursos dele. Mas, na verdade, eu não sei nada desse projeto. Foi só um erro mesmo, não sei por que nem foi corrigido”.

Falta de acompanhamento da execução do projeto, uso da Universidade como caminho para recursos, gastos sem previsão, pagamento de professores por serviços prestados em outro projeto. Preocupa, mais do que esses procedimentos, o fato de tantas falhas não terem sido descobertas pela própria UFSM ou pela FATEC.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

(Sem pretenções) Indiana Willian Jones apresenta: Hazmat Modine


Uma das coisas que mais me atrai na internet é conhecer bandas muito boas, que sem a internet, dificilmente teria notícia. Por isso, reservo horas do meu final de semana para fuçar em blogs de download do mundo todo, em busca de jóias da música mundial desfavorecidas pela mídia.

O meu critério de escolha do que vou baixar não é muito científico: geralmente leio a resenha escrita pelo blogueiro, e aí tiro minhas conclusões. Entretanto, 97% desses blogs não têm nenhuma explicação a mais do que nome e número de faixas do álbum que está disponível pra download. Então apelo para a sorte e baixo pelas capas dos álbuns. Surpreendentemente acerto a maioria dessas investidas.

Certo dia olhando o blog português ‘Raizes e antenas’, vi uma capa que me chamou atenção. Trazia uma harmônica (gaita de boca) que tinha várias tubas saindo de si, com a alcunha de Hazmat Modine. Felizmente havia uma resenha muito bem feita, que me trouxe ainda mais curiosidade: “O álbum começa com uma harmónica visceralmente blues a dar o mote para um reggae fumegante que acaba por fazer lembrar, tudo, em conjunto, o «Summertime», mas como se o «Summertime» tivesse nascido numa intersecção onírica qualquer entre Nova Orleães e Kingston”.

Na hora pensei: “hmm, isso deve ser interessante!”. Fui buscar mais informações sobre essa simbiose de ritmos. No site da banda, eles se definem assim: “HAZMAT MODINE é a junção rica de partes da música americana dos séculos 20's e 30's até à década de 50 e início dos 60's, mistura elementos do início Blues, Hokum Jugband, Swing, Klezmer, New Orleans R & B, e jamaicana Rocksteady. A banda é formada por dois gaitistas, tuba, guitarra, percussão e guitarra de aço havaiana. O som da banda reflete influências musicais que vão desde Avant-garde para Rockabilly Jazz e Western Swing ao Médio-Oriente, Africano, e estilos musicais havaianos”.

A confusão na minha cabeça ficou ainda maior! Então pesquisando mais sobre a banda, encontrei o blog do músico Marcello Ferreira, que classificou como uma das melhores coisas que ouviu no ano de 2007. Marcello, como especialista, faz um parecer efusivo sobre a banda: “Reunindo excelentes músicos, muito bom humor, Blues, Reggae, Country, boas “soluções musicais”, Foxtrot, música caribenha, bom gosto e instrumentos exóticos, o Hazmat Modine chegou a este belo resultado. Uma coisa que mais “salta” aos ouvidos é o bem feito jogo de diferentes timbres nas composições, as vozes versáteis; gaitas; madeiras; metais; percussões; madolins e slides de guitarras [além de cigarras e latidos de cachorro!!]”.

Ao ler esse texto, os 93MB de Hazmat Modine já haviam terminado de baixar. Prontamente me pus a ouvir para matar a curiosidade. Depois de duas audições criteriosas, concordei plenamente com as duas resenhas que havia lido. Fiquei estupefato com a banda e não a tirei mais da minha discoteca ambulante.

Bom, para compartilhar esse ótimo álbum, para pessoas que como eu, não tem como comprar o seu alimento musical, deixarei disponível para download no OpiniãOposta.


Download do álbum Bahamut - Hazmat Modine




A Volta do Cão arrependido!


Sumido? Não, isso seria muito ameno de minha parte. Prefiro dizer que deixei meu blog às moscas. Depois de um recesso na faculdade marcado pelo ócio e festas, e um vestibular de muito trabalho, voltei às aulas precisando recuperar as notas que deixei passar durante todo o semestre. Depois o carnaval, uma viagem para praia, e os exames. Isso não justifica, mas mostra como minha mente andou ocupada nesses últimos meses. Claro que se eu quisesse poderia postar algum texto. Tenho vários que ficaram a uns dois parágrafos de serem publicados, mas sempre deixava algo faltando.

Bom, vou parar de dar explicações e partir para o que interessa. A partir de agora pretendo ser mais assíduo no OpiniãOposta. Sei que falar em dois textos por semana é demagogia, mas quem sabe um por semana?

A foto que ilustra esse post foi tirada por mim em Tramandaí, na plataforma de pesca. Era uma tarde fria e bonita, que com alguns ajustes automáticos da câmera, propiciou essa bela imagem.

Não desapareçam, volto logo!