segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Texto do OpiniãOposta! na pangea da língua portuguesa


Através de um comentário do seu criador aqui no OOP, descobri o site ‘O Patifúndio’. A revista virtual tem como objetivo “trazer à tona os personagens e as histórias que constroem a realidade deste mundo lusófono. Foi criada também para ser uma tribuna alternativa, cujo primeiro atributo para adentrar não é ser jornalista, e sim, saber contar e valorizar uma boa história da vida real.”

Assim, o site dá oportunidade para qualquer pessoa, que viva em um país que fale a nossa língua, possa publicar seu texto.

Então, como quem não quer nada, mandei um texto aqui do OOP, que foi publicado! Foi a ‘Crônica de um desempregado’, postada no dia 14 de março deste ano.

Agradeço a Michell Niero, idealizador do site, que publicou o texto. Quero também parabenizá-lo pela iniciativa. Recomendo a todos que curtem uma boa literatura verdadeira e cotidiana: acessem ‘O Patifúndio’

Leia o texto publicado no site clicando aqui

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Em busca do 'balaião' perdido!

Com o amplo acesso aos downloads a diminuição na compra de cd’s originais foi brutal. Isso todo mundo sabe. Entretanto, tem ocorrido nos últimos dois anos uma tendência muito interessante: estão indo cada vez mais cd’s novos para o ‘balaio das baratesas’. Isso é muito bom para colecionadores sem dinheiro como eu. Quando tenho tempo e dinheiro, vou a lojas do ramo e cavo as pilhas de cd’s ruins em busca de alguma raridade interessante. Este post será para isso: apresentar alguns cd’s bons e baratos que encontrei nos balaios. Selecionei 3, que considero os melhores.

1) Martin Scorsese Present “The Blues”: Eric Clapton
O cd é de 2003 e integra uma série de documentários idealizada por Martin Scorsese. Destes documentários saíram 5 cd’s com suas trilhas e mais 12 cd’s com coletâneas individuais de alguns artistas. E foi uma dessas coletâneas que encontrei no balaião do BIG. É uma compilação muito boa da carreira de Eric Clapton. Traz os seus rocks mais pesados (época que integrava o Cream) como ‘Spoolfull’ e suas músicas mais blues. A distribuição deste cd no Brasil foi pequena. Então ao encontrá-lo no balaião do BIG, por R$17... não tive dúvida... comprei, apesar de não achar 17 um preço tão barato assim.




2) Riding with the king: B.B. King & Eric Clapton
Considero um dos maiores clássico de todos os do blues. O encontro de um bluseiro da velha guarda, com um dos responsáveis pela fusão do blues com o rock na Inglaterra. Dois grandes guitarristas em um álbum cheio de sentimento e bom humor. Esse eu encontrei em balaião de um shopping de Porto Alegre pela bagatela de R$ 14.



3) Audioslave – Audioslave (2002)
Para mim, está entre os melhores discos de rock dos últimos 10 anos. É o cd de partida de uma possível superbanda que acabou não se afirmando. O Audioslave surge da união do clássico Rage Agains the Machine com o ex-vocalista do Soundgarden, Chris Cornell. Com um instrumental consistente e um vocal matador, o primeiro cd da banda apresenta muitas músicas boas como “Cochise”, “Gasoline”, “Show me how to live” e etc. Foi desencavado de um balaio em Tramandaí. Pena que o Audioslave não manteve-ve o nível nos outros dois cd’s. A banda acabou em 2007, com saída do ‘estrela’ Chris Cornell.


Esses são apenas três, mas já encontrei cd bons e baratos de: Jet, Red Hot, Offspring, B.B. King, Miles Davis, Tony Bennett e Nirvana. Não tenha preguiça... eu sei que dá um desânimo quando se vê aquela pilha de cd’s do Mano Lima e Samba Moleque, mas lá no fundo, bem no fundo, garanto que vai ter uma raridade esquecida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A grana é 'A Favorita'

Sempre tentei me manter longe de frases prontas como “A Globo manipula” ou “Abaixo a mídia hegemônica”. Esse tipo de afirmação só caracteriza uma falta de conhecimento do real andamento dos meios de comunicação e um desvio de foco na forma de protestar. Claro que existem manipulações, mas o importante é saber como ela acontece. Manipulações, ou trocas de focos na mídia se dão, geralmente, mais por interesses econômicos da empresa em questão, do que por ideologia.

É o caso do da novela ‘A Favorita’. Estranho uma novela detalhar tanto o ramo de atuação dos seus personagens. A trama toda ocorre em volta de uma família dona de uma grande empresa de celulose. Opa! Empresas de fabricação de celulose... Isso não me cheira bem.
Certo dia, em uma viagem a casa dos meus pais, vou assistir com minha mãe a um capitulo da novela, mais pensando na vida do que assistindo, quando sou interpelado pelo seguinte diálogo: (Assista a cena clicando aqui, ou no player logo abaixo)

Vó: É... fama não enche barriga... Só se ele estivesse maluco de deixar uma fábrica séria, respeitável, grande, assim como a Fontini...

Tia: Respeitável, mas causa muito desmatamento...

Neto: Não é assim tia... A floresta de eucalipto cresce sem encostar na mata nativa, e ao contrário de que muita gente pensa, a Fontini recupera essas áreas degradadas da Mata Atlântida. Vovó sabe disso!

Vó: Até o Copola (inimigo do dono da fábrica) reconhece que o Dr. Gonzalo (dono da fábrica) fez um trabalho muito bom, excepcional! Ah, todo mundo sabe... ele fez a Fontine crescer graças a plantação dessa floresta exclusivamente para a fabricação da celulose e do papel.

Neto: é isso mesmo... o próprio Vô Copola sempre diz que o Brasil é referência mundial na industria de celulose.

O personagem diz isso e sem explicação troca de assunto... Se achava estranho antes, agora tive certeza... Se a industria da celulose não conseguiu ter uma boa imagem por bem, agora seria por mal. Decidi ficar olhando o capítulo até o fim para saber de quem era o merchandising, que aparece junto com os créditos da novela. Na mosca... Merchandising pago pela Bracelpa: Associação Brasileira de Celulose e Papel. Só a união das maiores empresas brasileiras do ramo da celulose papel. Logo, muita grana envolvida.

O problema não está em patrocinar uma novela, e sim em usar técnicas de desinformação para melhorar sua imagem. Se fosse um personagem que comprasse papel e falasse: ‘que papel legal!’ ou ‘que celulose interessante!’, assim como são as propagandas de celulares e produtos cosméticos, não teria problema. Mas não, a propaganda diz: ‘Plantar celulose é legal e não faz mal a natureza’. Para mim, com o mínimo de conhecimento que tenho sobre o assunto, esta propaganda se equivaleria a uma de cigarros dizendo: ‘Fume, faz bem para saúde e ainda ajuda os agricultores’.

São muitos os estudos que apontam os malefícios das monoculturas de eucalipto. Desde a desertificação do solo até o aumento do êxodo rural. Em contra partida, ainda não ouvi, nem li, algo que rebatesse essas acusações. Inclusive, a UFSM tem muitas pesquisas financiadas por empresas desse ramo. Mas se você quiser saber quem realmente é financiado, acesse o site Às Claras, que mostra todos os doadores de campanhas políticas passadas.

Faça o seguinte, vá até o site e selecione as prestações de conta da eleição de 2006. No campo para pesquisa, digite a palavra ‘celulose’ e clique em pesquisar. Você vai encontrar mais de 10 empresas que financiaram campanhas de políticos. Só a Aracruz, gigante do ramo, doou milhões. Inclusive, o prefeito eleito de Santa Maria, Cezar Schirmer, é um dos beneficiários da empresa.

Quando fiquei sabendo desse valor que está sendo investido nos deputados e senadores, ficou claro para quê está servindo esta publicidade na novela das 8. O mais interessante, é que todos os sites que chamam a mídia de manipuladora fizeram vagas referência sobre esse caso, não citando nenhum fato pontual como estou fazendo.

Fontes:
Bracelpa
Às Claras
Rede Globo

Imagem:
Weno

Assista ao video! (O diálogo citado acima está em 3 min e 30 seg)