sábado, 15 de setembro de 2007

Blues parafraseado...

Despois das férias e de um tempo de subjetividade absoluta, volto as atividades. Hoje quero fazer uma recomendação com as palavras de outra pessoa.

Viajando por blogs de blues, me agradou o encarte de um CD. Resolvi baixar pra ver se o som correspondia à arte da capa. Era muito melhor. Tratava-se da banda sueca Doctor Blues. Foi amor à primeira audição! O Blues dançante com vocais carregados de interpretação da linda Karin Rudefelt.

Fiquei muito fã da banda, mas achei apenas 4 músicas na internet. Certo dia, sem pretensão nenhuma, resolvi deixar um recado no site da banda. Alguns dias depois encontrei no meu e-mail a resposta, assinada pelo guitarrista e líder da banda, Lennart Olofsson. Começamos a nos corresponder, contei que no Brasil era quase impossível encontrar um CD da banda e que também tínhamos uma cena blues interessante. Lennart solidarizou-se e resolveu enviar-me os dois CDs da banda!

Bom, disse que ia receitar essa banda com as palavras de outra pessoa. Essa pessoa é o meu amigo Marcus Mikhail, do blog Blues Masters (http://www.bluesmasters.blogspot.com/). Ele além de fazer uma ótima resenha sobre a banda, entrevistou Karin. Então vamos ao texto de Marcus sobre Doctor Blues e depois a entrevista com a vocalista da banda, Karin Rudefelt.

DOCTOR BLUES (RETIRADO DO BLOG http://www.bluesmasters.blogspot.com/ )

Podemos considerar que o Doctor Blues começou quando o músico sueco Lennart Olofsson encontrou o dinamarquês Dan Bindel em 1980. Suas influências eram o blues do Delta (onde Dan dominava no slide), o estilo mais pesado de Chicago e também o blues inglês da década de 1960. A primeira apresentação do grupo ocorreu em 1981. A banda se firmou na cena de blues especialmente no sul da Suécia assim como na Dinamarca e até o momento passaram pelo grupo até vinte músicos diferentes. Com as diversas formações que teve, o Doctor Blues se apresentou de trio a sexteto ajustando sempre seu repertório de covers a formação. Com o tempo Lennart começou a compor suas próprias composições.
O passo fundamental para a história da banda aconteceu em 1996 quando Karin Rudefelt assume os vocais. Desde então, a banda passa a se chamar “Karin Rudefelt & Doctor Blues”. O primeiro álbum “No Pain No Gain” foi lançado em 2003. Algumas gravações começaram a tocar em rádios italianas, suecas e inclusive rádios americana. E foi dos EUA que partiram elogios à banda através da Blues Revue Magazine. A partir daí, o grupo tocou nos mais diversos clubes de toda Suécia e participou de festivais importantes na Europa. Cada vez mais a banda procura introduzir inovações em seu som e investe em material próprio sem esquecer das características tradicionais do Blues.
Essa crescente evolução da banda e a excelente repercussão do primeiro disco, despertou o interesse de produtores europeus para a concretização do segundo registro oficial da banda: “Breakin’ The Chain”, finalizado e lançado em 2006.
Karin Rudefelt & Doctor Blues é:
Karin Rudefelt – vocalLennart Olofsson – guitarra e vocalAnders Wemming – guitarra, slide e harmônica
Lennart Lundberg – baixo
Tobias Magnusson – bateria

Mais informações: Official Website / My Space
Para conhecer o som da banda:
You Need a Roadmap (de "No Pain No Gain" - 2003)
My Man Won't Set Me Free (de "Breakin' The Chain" - 2006)

Karin Rudefelt é vocalista da banda sueca Doctor Blues a mais de 10 anos. A banda já apareceu aqui anteriormente e Karin concedeu uma entrevista ao Blues Masters. Ela conta curiosidades de sua carreira e até o que gostaria de escutar dos músicos de blues aqui do Brasil.


BLUES MASTERS: Você se juntou ao Dr Blues em 1997. Como era sua carreira musical antes dessa data ?KARIN RUDEFELT: A primeira banda que participei era na época uma banda punk. Estive em diversas bandas desde o começo do anos 90. Com o Doctor Blues me senti em casa, e já é a banda na qual passei mais tempo como vocalista.


BM: Consegue lembrar qual foi a música ou álbum que causou tanto impacto em você, fazendo com que tomasse a decisão de seguir a carreira musical ? KR: Eu até gostaria, mas não acho que é possível escolher apenas um agora. Mas posso lembrar que sempre tive uma necessidade quase compulsiva de cantar em diferentes estilos, sempre tentando soltar minha voz colocando meu próprio estilo. Tenho uma enorme admiração por vozes em geral.

BM: Quais cantoras de Blues mais te influenciam? KR: Bonnie Raitt, sem dúvida. Ela é única. Eu me deparei com um CD dela em uma loja em Los Angeles em 1995. Lembro que no momento pensei que aquele era um álbum ‘bluesy’ demais para gastar um dólar nele. Mas, acabou se tornando o dinheiro mais bem gasto! Ela me arrebatou completamente e continua me inspirando mais e mais. Obviamente, existem muitas outras importantes a serem mencionados aqui, como: Beth Hart, Norah Jones, Eve Cassidy, Aretha Franklin, Sheryl Crow, Sass Jordan…

BM: Algum artista em especial na Suécia influenciou sua carreira musical ?KR: A artista sueca de Blues/Rock/Pop Louise Hoffsten teve uma grande influência sobre mim no começo. Ela é uma incrível e versátil compositora. Cantei muitas vezes suas composições em diversas bandas. Tudo que Louise faz é enraizado no blues, algo que eu não percebia quando era mais jovem. Então, quando tive a chance de cantar blues realizei tudo que queria. Apenas não tinha rotulado aquilo como blues. Louise também toca harmônica e é uma pessoa muito simpática. You go girl! Se você quiser conferir seu trabalho, recomendo especialmente os álbuns Rhythm & Blonde (1993) e Six (1995).

BM: Tenho observado através de pesquisas uma quantidade enorme de bandas de blues na Europa. Como tem sido a aceitação do som do Dr. Blues dentro e fora da Suécia ? KR: A Internet criou oportunidades maravilhosas para contatar pessoas (como agora !). Sei que nossa música é tocada freqüentemente em rádios da Itália e da Macedônia, o que é muito bom! Na Suécia nós temos bons comentários de nossos shows e diversos lugares realmente legais para tocar. Tocar em lugares diferentes pode ser atualmente um grande caminho para conhecer seu país.

BM: Desde que publiquei a história do grupo no blog, venho recebendo comentários positivos sobre o som da banda! E a aceitação de sua música nos EUA ?KR: É ótimo escutar isso! Nós tivemos muitos comentários positivos a respeito de nosso primeiro álbum, auto-intitulado Doctor Blues, na maior revista de blues da América, Blues Revue. Existe uma curta e curiosa história sobre isso: Lennart (guitarra) colocou um CD nosso em um envelope e escreveu “smoke this Swedish blues” – sem carta ou qualquer outra coisa- e enviou para a Blues Revue. Algumas semanas depois nós tivemos o comentário na revista.

BM: Conte-nos mais a respeito dos festivais de blues na Europa. KR: Devo admitir que não tenho muito conhecimento sobre o blues na Europa. O blues tem sido sempre americano e sueco para mim. Gostaria de ir a mais festivais na Europa e é claro que existem grandes bandas esperando para serem descobertas a muito tempo.

BM: Como compara a aceitação dos álbuns “No Pain No Gain” e “Breakin’ The Chain” ?KR: Faz sentido dizer que o primeiro álbum teve mais atenção, talvez por ser o primeiro. É um pouco mais tradicional – mais ‘old school’. "Breakin’ The Chain" é mais experimental, mais versátil, com mais influências de outros gêneros. Acho que o próximo será assim também. Gosto quando o blues é misturado com o rock, funk ou soul.

BM: Algum novo trabalho pronto para ser lançado pelo Dr. Blues ? KR: Estamos pensando entrar em estúdio novamente no outono. Mas é claro que sempre vou continuar atenta a aceitação dos trabalhos anteriores.

BM: Alguma chance de ver a banda na América do Sul em breve ?
KR: Se você nos contratar, nós vamos! (risos) Seria maravilhoso! Eu nunca fui até a Américia do Sul e adoraria ir! Infelizmente, não temos planos para isso no momento.

BM: Obrigado pela entrevista! Deixe seu recado para os leitores do Blues Masters e fãs do Blues no Brasil. KR: Como falei anteriormente, adoro quando o blues se desenvolve e interage com outros gêneros. Acredito que o blues vem sendo protegido de forma muito tradicional e precisa se desenvolver para manter o interesse do público e também conquistar os músicos mais jovens. Desafio seus leitores a fazerem sua própria mistura de ‘hot blues’ com ‘hot samba’ com alguns instrumentos de percussão. Isso que eu gostaria de ouvir!

Para ver o que já foi publicado sobre Karin Rudefelt & Dr. Blues clique aqui .
Doctor Blues Official Website

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