terça-feira, 19 de agosto de 2008

OOP na eleição apresenta: Propaganda eleitoral



Este post abre a Série “OpiniãOposta na eleição 2008”.

Iniciou hoje a ‘Propaganda Eleitoral Gratuita’. A vontade de conhecer os postulantes a câmara de vereadores de Santa Maria, me fez abandonar o debate esportivo que costumeiramente ouço. Mas já adianto, não me arrependi da troca.

Foram 30 minutos de muitas gargalhadas e poucas propostas. A cada dez candidatos, apenas 2 apresentavam alguma proposta. Os outros se esmeravam em mostrar como eram honestos, ou como eram ‘descolados’, como é o caso do candidato entitulado ‘Rack’.

Mas se faltam propostas, sobram ‘rimas ricas’. Os candidatos estão inspirados:
- “Chega de lorota, vote no Chicota”
- “Vote certinho, vote no Tigrinho”
- “Vote sério, vote no Astério”
- "Chega de mesmice, vote no Sanfelice"

A cidade de Santa Maria se destaca também pelo número de candidatos que concorrem sobre a alcunha de um apelido. Alguns apelidos bem curiosos, por sinal: o Juba, o Asa, o Alemão do Gás, o Cezar Papagaio, o Bigode, o Motorista - Irmão Reni Barriga, Jacaré, Professor Batata, e o Tampa. Ainda temos um nome que não é apelido, mas que não é menos curioso: John Wayne. Isto mesmo. Este é o nome de um policial militar candidato a vereador. Os pais dele deviam gostar bastante de ‘bang-bang’, pois John Wayne foi um dos grandes atores do estilo.

A Propaganda Eleitoral Gratuita em Santa Maria está demonstrando que pode ser uma ótima arma para os bons candidatos se destacarem neste mar de mesmice.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mombojó: Resenha sem fim


Outubro de 2007. BR-287. Empolgado com a idéia do blog, sento na minha poltrona no ônibus que se dirige a São Luiz Gonzaga e já coloco meus fones. Espero passar as distrações da cidade e acendo as luzinhas do ônibus para iniciar minhas anotações, pois já passavam das sete. Dou play na vitrolinha e aprecio a confusão da música que contrasta com a minha paz interior e a tranqüilidade das vacas que pastam enquanto o sol se esconde rápido. Fecho a cortina e me isolo do clima bucólico, me concentrando cada vez mais na música.

Abro meu bloco vermelho de seis estrelas e olho para o visor do meu toca-discos branco: Mombojó – Cabidela (3:54). Começo minhas anotações. Elas duram quase duas horas e quatro páginas. Vasculho os mínimos detalhes de cada melodia desafiadora dessa banda pernambucana. Atordoado com a carga musical, desligo meu sonzinho e pego no sono até chegar em pagos missioneiros.

Guardo minhas anotações até o momento oportuno para escrever uma resenha bem fundamentada sobre o Mombojó. Entretanto, os dias vão passando, a minha paz de espírito vai diminuindo e meus compromissos vão aumentando. O bloco continua sempre muito usado, mas minhas anotações continuam estáticas. Em uma tarde de trabalho jornalístico, enquanto apertávamos um suspeito de peculato, a gloriosa caderneta vermelha, com um desenho de um gigante atrás, se perdeu. Anotações, telefones, pensamentos, conversas durante a aula e mais coisas pessoais caíram na mão de alguém que leu e riu muito, ou simplesmente jogou no lixo.
Enfim, todo meu trabalho havia ido fora por culpa da minha preguiça. Portanto, resolvi escrever uma resenha mais baseada no coração do que na razão. Acho que é a melhor forma de analisar Mombojó. Instrumentos de sopro, samba, jazz, pitadas eletrônicas com rock pesado e uma pegada nordestina que fecha muito bem essa mistura.

A banda Mombojó é formada por sete jovens recifenses que novamente pegam as raízes do mangue e ligaram a seus computadores, fazendo um som inovador denominado (por eles próprios) Nova MPB. A banda iniciou em 2001, tocando em vários festivais e conseguindo ter uma notabilidade relativa. O som estranho e sedutor chamou atração de muitos críticos. Em 2004, através do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Recife, conseguiram gravar seu primeiro álbum. NADADENOVO apresenta a jovem banda
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01/08/08
Abro uma pasta de documentos que há muito nem passava os olhos. Além de vários álbuns que havia feito download, encontro esta resenha inacabada. Quase um ano depois, volto a saga que acabou esquecida em uma gaveta do meu computador. Mas decepando o ‘nariz de cera’ vamos ao que interessa: O Mombojó já tem o seu segundo disco que se chama O homem espuma. Eu considero este álbum melhor do que o primeiro. Mombojó é uma banda para quem gosta de conhecer o desconhecido, sem preconceito. Decifrar letras inteligentes e poéticas escondidas atrás de um sotaque atraente. Surpreenda-se.

Baixe os dois álbuns da banda no site: www.mombojo.com.br